Como Acalmar um Gato com Raiva: 18 Passos (com Imagens)

Como Acalmar um Gato com Raiva

2 Partes:Reconhecendo o comportamento de um gato bravoAcalmando um gato bravo ou com medo

Na maioria das vezes, a raiva de um gato é causada por medo. Gatos se comportam agressivamente por acharem que precisam se defender. Colocá-lo em uma situação que propicie tais sentimentos despertará a raiva dele. Minimize tais situações para eliminar a raiva que o demonstra e mantê-lo calmo.

Parte 1
Reconhecendo o comportamento de um gato bravo

  1. 1
    Descubra o motivo da raiva. A razão principal para um gato ficar arisco é sentir medo. Os gatos não são domesticados como os cachorros e retornam ao estado selvagem com facilidade. Isso quer dizer que eles são quase selvagens, vivendo em constante estado de alerta contra ameaças, o que inclui o medo de humanos.[1] O que mais causa medo nos bichanos são pessoas estranhas, pois eles não conseguem saber qual é a da pessoa até terem tempo para observá-la atentamente e decidir que se trata de alguém confiável. Lembre-se de que o medo de um gato sem sempre ficará claro para você.[2]
    • Por exemplo, o gato pode chiar para um bebê porque teve o rabo puxado por ele em algum momento que você não viu. Ele provavelmente associa a dor ao bebê e isso o deixa com medo.[3]
    • Um gato mal socializado pode ter pavor de pessoas e lugares estranhos.
  2. 2
    Reconheça os comportamentos de medo e raiva em um gato. Entender a linguagem corporal dele ajudará a evitar conflitos: é importante entender tanto o medo quanto a agressividade, pois ambos os comportamento têm características similares ou iguais. Não encane em tentar diferenciar uma da outra; o mais importante é perceber que o gato está estressado, o que pode levar a um ataque. Os gatos podem ir da calma ao medo ou raiva em questão de segundos. Sinais de medo ou agressividade incluem:[4][5]
    • Pelos eriçados
    • Pupilas dilatadas
    • Olhar fixo em você (antes de atacar)
    • Desviar o olhar (medo)
    • Bigodes duros e retraídos
    • Orelhas dobradas rentes à cabeça
    • Postura curvada
    • Rosnar
    • Abrir a boca e chiar
  3. 3
    Entenda os motivos por trás de um comportamento agressivo comum. Apesar desses sinais serem associados a um típico gato bravo e prestes a atacar, na verdade eles querem dizer que o gato está apavorado e tentando escapar dessa situação.[6]
  4. 4
    Procure sinais de agressividade redirecionada. Esse termo é usado para designar gatos que descontam a raiva em gatos ou pessoas que não tenham causado a ameaça. Caso isso aconteça entre dois gatos que convivem, será bastante difícil fazê-los se darem bem novamente, dependendo da seriedade do ataque.[7]
  5. 5
    Observe as mordidas das brincadeiras. É importante lembrar que alguns gatos ficam super empolgados durante as brincadeiras, arranhando e mordendo com força. Isso pode ser interpretado como agressividade, mas não é.
    • Caso o gato seja durão nas brincadeiras, você pode utilizar brinquedos de pendurar para proteger seus dedos e mãos nessas horas.
  6. 6
    Diferencie o comportamento de medo da agressividade induzida por carícias. A agressividade induzida por carícias é comum em muitos gatos. Isso não tem a ver necessariamente com a iniciativa de fazer carinho. O gato pode parecer gostar das carícias inicialmente e ficar arisco do nada, mas isso não deve ser confundido com agressividade comum. As razões por trás disso podem ser:[8]
    • Ele quer dizer “É o bastante, obrigado”.
    • O gato entra em tamanho transe pelo prazer que acorda assustado e ataca para se defender.
    • Isso é comum em gatos criados por humanos desde o nascimento, ou em gatos “filhos únicos”. Eles não tiveram convívio com outros gatos quando filhotes, que os ensinariam a pegar leve na hora de arranhar e morder. No entanto, não devolva a agressão. Aprenda a ler a linguagem corporal dele e prever quando ele fará isso. Pode ser uma estremecida do rabo, ou ele pode parar de ronronar e os pelos das costas podem dar um puxão. Quando isso acontecer, pare o cafuné e levante para ele sair de seu colo.[9]

Parte 2
Acalmando um gato bravo ou com medo

  1. 1
    Cuide de sua segurança acima de tudo. Você pode ser um alvo de ataques se um gato estiver bravo ou andar redirecionando outras agressões a você, o que pode resultar em alguns arranhões e mordidas. No entanto, a maioria dos gatos só ataca se a provocação não parar, mesmo depois dos primeiros sinais de aviso.
    • Se tiver que enfrentar o gato, vista roupas que o cubram e jogue uma toalha nele para dominá-lo. Essa é uma solução de curto prazo e somente para se proteger. Isso não o domesticará e ele será ainda mais agressivo na próxima vez.
    • Tenha uma pistola d'água sempre à mão. Esse pode ser o melhor jeito para enfrentar um gato bravo sem envolver as mãos no conflito, para separar uma briga de gatos e também contra ataques de agressividade redirecionada.
  2. 2
    Recue. O melhor a fazer quando perceber sinais de agressividade ou medo é simplesmente sair de perto. Afaste-se do gato para diminuir o medo dele e retire a pessoa interagindo com ele de perto. Se sair do cômodo não for possível, afaste-se sem bloquear a porta, para que ele tenha por onde escapar.[10]
    • É uma ótima ideia deixá-lo sozinho por 10 a 20 minutos, ou até que ele se acalme.
    • Se a ameaça for outro gato que acabou de trazer para casa, esse processo levará tempo e você deverá mantê-los separados, apresentando-os progressivamente. Leia mais sobre isso aqui.
  3. 3
    Diminua seu tamanho. Não fique de pé encarando o gato quando ele estiver agitado, isso o acuará mais. Quando não estiver sob ameaça direta e quiser ajudar o bichano a se sentir mais confiante, deite ou sente no chão.[11]
  4. 4
    Ignore-o. Parar de dar atenção completamente permitirá que o gato o observe e perceba que você não é uma ameaça.
    • Isso inclui relaxar a postura e a voz. Fale com alguém que esteja no ambiente, ou cante suavemente para si mesmo. Isso dissipará a tensão do ar e mostrará para o gato que ele não tem nada a temer.[12]
  5. 5
    Crie locais seguros para o gato. Muitas vezes, tudo que um gato precisa é de um lugar onde se sinta seguro para lidar com os próprios medos. Por exemplo, um animal com medo de estranhos sairá correndo para se esconder assim que a campainha da porta tocar. Ponha a cama dele em um cômodo quieto, que ninguém entre. Assim, ele poderá se esconder sempre que quiser, até se sentir confiante para sair novamente.[13]
    • Os gatos também sentem segurança em lugares altos. Providencie uma torre para gatos em um local alto para que ele possa se esconder, especialmente se um cachorro novo na família for a causa do medo.
  6. 6
    Aproxime-se devagar e com cautela. Depois que o gato tiver tempo e espaço para se acalmar, chegue perto cuidadosamente e sem tocá-lo. Você precisa ter certeza de que todos os sinais de raiva se foram, incluindo os pelos eriçados, os sibilos e as costas arqueadas. Ainda assim, mesmo que esses sinais tenham passado ele pode continuar arredio e nutrindo sentimentos de raiva, portanto vá devagar.
  7. 7
    Deixe o gato vir até você. Sente-se ou deite no chão com petiscos para ele. Deixe-o cheirar suas mãos e explorar os arredores. O simples ato de observar à distância desenvolve confiança no gato ao longo do tempo, até ele perceber que você não representa perigo.
    • Caso o gato não tenha convivido com humanos nas primeiras 12 semanas de vida, deixá-lo se acostumar é crucial. Forçar o primeiro contato só fará com que ele sinta mais medo de você. Sempre deixe que ele inicie o contato físico, cheirando e esfregando a cabeça em você. Isso passará certos odores dele para você, fazendo com que ele se sinta mais seguro. Mesmo depois disso, não tente tocá-lo. Encare isso como um teste: você passará se conseguir sentar e ficar completamente imóvel, deixando o gato se sentir no controle. Só depois que ele começar a vir até você com frequência é que você poderá tentar acariciá-lo.[14]
  8. 8
    Use comida. Sacuda um saquinho de guloseimas ou abra uma lata da ração favorita do gato e coloque a comida na tigela. Deixe água fresca abundante à disposição dele, já que fortes emoções podem deixá-lo com muita sede. Não force o gato a comer ou beber, ele sabe se cuidar.[15]
  9. 9
    Não castigue o gato. Nunca puna seu gato, em hipótese alguma. A agressividade vem do medo, agredi-lo só aumentará o medo de você e fará com que a agressividade volte. Combata a raiva com amor e paciência.[16]
  10. 10
    Contate o veterinário. Doenças ou dores podem deixar um gato agressivo. Portanto, se ele era dócil e passou a ter um comportamento violento (ou se os passos anteriores não surtirem resultado) procure o veterinário para saber se o gato está doente.[17]
    • Causas comuns incluem febre alta, dor de dente, gengivite, abscessos, ferimentos, artrite, fraturas, problemas de ouvido, torções ou inflamações. Bolas de pelo também podem irritá-lo, pois causam cólicas e inflamações gástricas.[18]
    • Caso nada acalme o gato, um veterinário poderá receitar medicamentos ansiolíticos depois de constatar que ele não tem nenhuma doença.
    • Quando o estresse for desencadeado por eventos específicos, como passear de carro ou ir ao veterinário, sedativos leves podem ser receitados. Assim você poderá acalmar o gato antes da ocasião. Depois de algumas vezes passando pela situação dopado, o gato perderá a sensibilidade e o medo que ela causa.
  11. 11
    Acostume o gato com o fator de estresse. Quando a pessoa ou coisa que o assusta não oferecer perigo nenhum, é possível expô-lo a ela cuidadosamente. Ele perderá o medo do mesmo jeito que as pessoas com fobias perdem.[19]
    • Por exemplo, se a causa do estresse é uma pessoa, faça o gato ouvir a voz dela em outro cômodo, até que o medo inicial passe. Depois, deixe a pessoa no mesmo cômodo que o gato, mas do lado oposto da sala, até que o gato a ignore completamente. Permita que a pessoa se aproxime gradativamente, até o gato iniciar contato.
    • Adicione petiscos ao processo de dessensibilização. Esse é um elemento de contracondicionamento, que fará com que o gato associe a pessoa a estímulos positivos. [20]
  12. 12
    Tenha paciência. Dependendo do nível de socialização que seu gato teve quando filhote, podem ser necessários dias, semanas, meses e até anos para ele desenvolver confiança.[21]

Dicas

  • Pense em castrar o gato. Castrá-lo afetará os níveis hormonais, quase sempre responsáveis pelo comportamento dominante ou agressivo.
  • Caso o motivo da agressividade seja o gato do vizinho, deixe-o dentro de casa e combine os horários para cada gato sair. Explique para o vizinho que todo mundo sai ganhando com isso.
  • Mudanças na rotina podem fazer o gato sentir medo, gerando agressividade. Quando você mudar os móveis de lugar, ou mudar de endereço, alterar horários de trabalho, etc. mantenha um canto para ele se esconder e se sentir seguro. Além disso, não altere a rotina de alimentação, escovação, brincadeiras, etc.
  • Quando precisar viajar e decidir deixar o gato com uma babá ou em um hotel, é possível que você o encontre arredio quando voltar. Tenha paciência e aguarde alguns dias para ele se readaptar.
  • Um gato obeso pode ficar arisco se não conseguir se lamber direito ou estiver infestado de pulgas. Dê um jeito nelas e fale com o veterinário sobre uma dieta.
  • Acaricie o gato em locais que ele possa ver sua mão, sob o risco de ele se assustar e atacar você.

Avisos

  • Quem tem dois gatos (ou mais) sabe como é: eles podem brigar para comer e beber água. Nesse caso, coloque as tigelas de comida em cantos diferentes da casa, no mesmo horário. O gato brigão não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo e o gato que apanha conseguirá comer.
  • Quando estiver de mudança, pode esperar que seu gato fique inquieto por um tempo, a menos que você se mude tantas vezes que ele já esteja acostumado com o processo. Apenas pegue leve, dê algum espaço para ele, enriqueça a viagem com petiscos e brinquedos. Assim ele ficará empolgado com a mudança, em vez de ser trancado em uma gaiola e solto para explorar um território inóspito depois.
  • Se você tem muitos gatos, eles podem brigar pra definir qual é a caixa de areia de quem. Alguns gatos não se importam em dividir, outros sim. Providencie caixas de areia sempre limpas para cada um. Se vão deixar os outros usarem e como vão dividir é problema deles, mas essa é uma medida importante para os bichanos se darem bem.

Fontes e Citações

  1. Temple Grandin and Catherine Johnson, Making Animals Happy: How to Create the Best Life for Pets and Other Animals, p. 75, (2009), ISBN 978-0-7475-9714-8
  2. Why Does My Cat? Sarah Heath. Publisher: Souvenir Press
  3. Why Does My Cat? Sarah Heath. Publisher: Souvenir Press
Exibir mais... (18)