Como Cuidar de Gatinhos Prematuros: 15 Passos

Como Cuidar de Gatinhos Prematuros

3 Partes:Deixando os filhotes confortáveisAlimentando os gatinhosMantendo a saúde dos gatinhos

Todos os gatos recém-nascidos são cegos, surdos, incapazes de controlar a própria temperatura corporal e dependentes da mãe para tudo. Quando nascem prematuros, os filhotes precisam de ainda mais cuidado e carinho. Com comprometimento e paciência, é possível criar um gatinho prematuro ou recém-nascido com saúde caso ele se separe da mãe por algum motivo.

Parte 1
Deixando os filhotes confortáveis

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    Seque os filhotes com uma toalhinha seca e morna. A mãe gato vai lamber os recém-nascidos para remover a membrana da placenta, o que ajuda a secar o gato e estimula a respiração, o que é importante no caso dos prematuros. Se a mãe não puder fazer isso, seque os gatinhos, com cuidado, utilizando uma toalhinha macia e morna. Faça movimentos circulares para simular as lambidas da mãe e continue até que os pelos estejam secos.[1]
    • Deixe os gatinhos juntos para que o calor corporal deles se acumule e os proteja do frio.
    • Os filhotes prematuros têm um tamanho desproporcional ao volume e, por isso, costumam perder o calor corporal rapidamente. Como eles não conseguem controlar a própria temperatura, é importante mantê-los aquecidos para que eles não morram.
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    Coloque os filhotes em um ninho improvisado seco e aquecido. Os gatinhos vão se juntar para ficarem aquecidos e confortáveis, portanto, use uma caixa grande o suficiente para acomodar todos eles. Forre-a com toalhas e uma compressa quente (não muito quente, obviamente).[2]
    • Tome cuidado para não encostar a compressa quente nos filhotes, ou você pode queimar a pele sensível deles. Coloque a compressa debaixo de algumas camadas de toalhas para que os gatinhos sintam o calor, mas não se machuquem.
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    Deixe o cordão umbilical dos gatos. Não é preciso cortar o cordão ou remover os restos de placenta que estão no umbigo dos gatinhos. Com o tempo, os tecidos vão ressecar e cair sozinhos. Isso normalmente ocorre dentro dos primeiros dez dias de vida.[3]
    • Cortar a placenta pode causar hemorragia, hérnia ou infecções no umbigo, o que pode ser fatal para o gatinho.
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    Mantenha a temperatura ambiente entre 29 °C e 32 °C. O filhotinho prematuro não pode se afastar ou se aproximar do calor, portanto, cabe a você criar um ambiente com temperatura adequada. Nas primeiras semanas de vida, os gatinhos devem manter uma temperatura corporal entre 35 °C e 37 °C. Para tal, o ambiente deve ter entre 29 °C e 32 °C.
    • Abaixe a temperatura para 27 °C na segunda ou terceira semana de vida do gatinho. Após alguns dias, o filhote já terá mais controle sobre a própria temperatura corporal.[4]
    • Em vez de aquecer a casa inteira, deixe os gatos em um único cômodo e aqueça apenas ele.
    • Não deixe de aquecer o ninho, seja com uma compressa quente ou com uma garrafa com água quente enrolada em uma toalha. Encha uma garrafinha com água quente, mas tome cuidado para que os filhotes não entrem em contato direto com a garrafa para que eles não se queimem.[5]
    • Tome cuidado para não superaquecer os gatinhos. Você saberá que eles estão superaquecidos caso as orelhas deles fiquem vermelhos e eles pareçam quentes, além de miarem por conta do desconforto. Os gatinhos que já conseguirem se mexer vão tentar se afastar do calor.

Parte 2
Alimentando os gatinhos

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    Pense bem e veja se não é melhor pedir ajuda para um veterinário ou um abrigo de animais. Dar de mamar para os filhotes é uma tarefa complicada e exaustiva. Você precisará alimentá-los a cada uma ou duas horas na primeira semana de vida deles. A alimentação consistente é importante para aumentar as chances de sobrevivência dos bichanos.[6]
    • Não tenha medo de pedir ajuda. É possível que possam emprestar uma gata "ama de leite" ou possam indicar um voluntário com experiência em amamentar filhotinhos recém-nascidos. Algumas ONGs podem até mesmo disponibilizar os suprimentos necessários para que você cuide dos gatos, sem custo.
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    Obtenha leite para os gatos caso a mãe não esteja disponível. Os filhotinhos só podem digerir leite de gato; caso a mãe os tenha abandonado, você precisará alimentá-los com um substituto. O leite de vaca não é adequado, pois contém lactose, que não pode ser digerida por muitos gatos e pode causar diarreia.[7] Em uma emergência, você pode utilizar leite de cabra para evitar a desidratação dos filhotes.[8]
    • É possível comprar leite de gato em pó na internet ou em pet shops. Trata-se de uma fórmula que reproduz exatamente o equilíbrio de gorduras, proteínas e vitaminas do leite de gato. Basta misturar o pó com água fervida e esperar esfriar um pouco para dar para os gatos.
    • Faça o leite para usar uma única vez. Não prepare o leite para o dia inteiro, ou bactérias podem crescer nele.
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    Prepare o ambiente e a comida dos gatos. É importante que eles estejam aquecidos, pois o frio vai impedi-los de digerir o leite e os deixará doentes. Prepare leite suficiente para uma refeição e coloque-o em uma mamadeira esterilizada. Se possível, compre mamadeiras especiais para gatos prematuros, pois elas têm o tamanho ideal e são mais fáceis de utilizar.[9]
    • Um gatinho prematuro tem muito em comum com um animal de sangue frio. Se o ambiente estiver frio, ele não conseguirá gerar temperaturas suficientes para que as enzimas digestivas funcionem.
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    Coloque o gato com a barriga para baixo ao alimentá-lo. Coloque o filhote com a barriga para baixo, como ele ficaria ao mamar na mamãe gato. Coloque uma gota de leite no bico da mamadeira e toque nos lábios do gato para que ele comece a mamar. Se ele não fizer nada, cutuque suavemente a cabeça e as costas dele. Assim que ele fizer um barulho de sucção, ofereça a mamadeira novamente.[10]
    • Deixe o filhote mamar até que a barriga dele fique redondinha, mas não inchada ou rígida. Para checar, veja se a barriguinha dele está um pouco maior do que a caixa torácica; nesse caso, sinal de que ele comeu o suficiente. Muitos gatos dormem mamando quando estão com a barriga cheia. Se isso ocorrer, remova o bico da boca dele e coloque-o de volta ao ninho.
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    Faça os filhotes arrotarem depois da mamadeira. É importante que eles arrotem para que não haja acumulo de gases. Para tal, coloque o animalzinho no seu ombro e dê batidinhas leves nas costas dele até ouvir um arroto.[11]
    • Use uma toalhinha úmida para limpar a sujeira de leite na boca do gatinho.
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    Se possível, faça com que os filhotes recebam o colostro da mãe. Após o parto, a mãe gato produz um leite especial chamado colostro, rico em anticorpos. Trata-se de um complexo imunológico que ajuda a proteger os gatos de doenças encontradas pela mãe, como uma vacina. O colostro fortalece os filhotes e pode aumentar as chances de sobrevivência deles.[12]
    • O colostro também é rico em vitaminas e minerais necessários para o desenvolvimento normal dos gatos.
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    Ajude os gatinhos a mamar na mãe, se necessário. Um filhotinho forte se prenderá no mamilo da mãe e começará a mamar, mas os filhotes mais fracos podem precisar de ajuda. Para tal, pingue uma gota de leite ou colostro do mamilo e toque na boca do gato para encorajá-lo a mamar.[13]
    • Os mamilos traseiros costumam produzir mais leite. Ao retirar o colostro, coloque o dedo indicador e o dedão atrás de um mamilo traseiro e, com movimentos suaves e gentis, extraia um pouco de leite.
    • Verifique se os gatos estão se alimentando com frequência. Os filhotes prematuros dependem completamente do leite materno para a nutrição. É importante que eles mamem a cada uma ou duas horas.

Parte 3
Mantendo a saúde dos gatinhos

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    Atenha-se a um cronograma saudável e amamentação. Os filhotes prematuros têm estômagos pequenininhos que só conseguem acomodar uma pequena quantidade de leite, motivo pelo qual eles precisam mamar várias vezes ao dia. O gato vai mamar por cinco a dez minutos a cada duas horas — durante a noite e o dia. Para se criar os gatinhos, não é possível ignorar isso! Alimente o gato de modo consistente nas primeiras semanas de vida dele. Um bom cronograma para seguir:[14]
    • 1-3 dias de idade — sirva 2,5 ml de substituto de leite a cada uma ou duas horas;
    • 4-7 dias de idade — sirva de 2,5 ml a 5 ml de substituto de leite a cada duas horas;
    • 6-10 dias de idade — sirva de 5 ml a 7,5 ml de substituto de leite a cada duas ou três horas;
    • 11-14 dias de idade — sirva de 10 ml a 12,5 ml de substituto de leite a cada três horas;
    • 15-21 dias de idade — sirva 10 ml de substituto de leite a cada três horas;
    • 21-41 dias de idade — sirva de 12,5 ml a 25 ml de substituto de leite a cada seis ou oito horas, além de uma dieta comum.
      • Para saber se o filhote ainda está com fome observe o comportamento dele. Um gatinho esfomeado vai chorar e tentar procurar o bico da mamadeira.
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    Use uma seringa para alimentar os gatos que não mamam. Alguns filhotes prematuros não têm um bom reflexo de sucção e não conseguem mamar na mãe gato ou na mamadeira. Se for o caso com algum dos filhotes, abra a boca dele com a ponta de um dedo e, com uma seringa carregada com substituto de leite, pingue uma gota de cada vez na língua dele. Deixe ele engolir a gota para desencadear o reflexo de deglutição.
    • A paciência é importantíssima, pois trata-se de um processo que não pode ser apressado. Nunca pingue muitas gotas de uma vez, ou você pode fazer com que o gato engasgue e até mesmo se afogue no leite.[15]
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    Estimule o gatinho a fazer as necessidades. Até a terceira semana de vida, os filhotes não são capazes de esvaziar a bexiga e os intestinos por conta própria, segurando a vontade até que a mão lamba o ânus e a região genital para estimular a evacuação. É preciso estimular manualmente esse reflexo com bolinhas de algodão umedecidas. O processo é o seguinte:[16]
    • Passe uma bolinha de algodão umedecida em água morna no traseiro do gatinho.
    • Conforme faz isso, o filhote deve urinar e defecar no algodão.
    • Depois que ele fizer as necessidades, descarte o algodão.
    • Repita o processo se necessário.
    • Seque o gatinho com uma toalhinha limpa antes de devolvê-lo ao ninho.
    • Repita o processo de três a quatro vezes ao dia, lavando as mãos após cada uma das vezes. Os gatinhos devem defecar uma vez ao dia e urinar pelo menos quatro vezes. Caso eles não urinem em todas as passadas do algodão, sinal de que não estão recebendo água suficiente.[17]
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    Mantenha os gatos em um ambiente limpo. Se forem expostos a germes, os filhotinhos podem ficar doentes e até mesmo morrer. Sempre lave as mãos com água e sabão antes de manusear os gatinhos. Se possível, deixe uma camiseta limpa por perto para vestir por cima das suas roupas antes de manusear os gatinhos para reduzir os riscos de contaminação.[18]
    • Esterilize todas as mamadeiras e bicos entre os usos para reduzir o risco de infecção. Utilize produtos que são utilizados para a esterilização de mamadeiras para bebês mesmo. Se tiver acesso a um esterilizador a vapor, melhor ainda.
    • Troque o forro do ninho todos os dias. Os gatinhos podem defecar ou vomitar às vezes, motivo pelo qual é bom trocar o forro com frequência.

Dicas

  • O período de gestação dos gatos é de 63 a 69 dias; qualquer filhote que nasceu com menos de 63 dias é considerado prematuro.[19] Os gatinhos prematuros costumam pesar menos de 90 gramas, têm pouco pelo e parecem menores do que os recém-nascidos.[20]

Avisos

  • Criar gatinhos prematuros é complicado, mas é recompensador. Esforce-se, mas não fique decepcionado caso perca um filhote no meio do processo. Se não acredita em suas habilidades de cuidar bem dos filhotes, entre em contato com um veterinário ou um abrigo de animais.
  • Não submerja o filhote recém-nascido na água. Caso ele fique sujo, limpe-o com uma toalhinha umedecida em água quente e seque-o imediatamente com uma toalha seca.

Fontes e Citações

  1. http://www.catsofaustralia.com/cat-giving-birth-labor.htm
  2. http://www.alleycat.org/neonatal
  3. http://www.eastcountyanimalrescue.org/2011/09/kittens-you-found.html
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