Como Cozinhar Para Gatos: 16 Passos (com Imagens)

Como Cozinhar Para Gatos

2 Partes:Compreendendo as necessidades nutritivas dos gatosCriando sua própria comida de gato

Por serem carnívoros, os gatos precisam comer carnes e evitar alimentos não saudáveis repletos de carboidratos indigestos.[1] Servir alimentos impróprios para seu gato pode causar problemas de saúde e diminuir o tempo de vida dele. Cozinhar as refeições de seus animais de estimação é um ótimo modo de garantir que eles recebam as proteínas necessárias, além de ser um bom passatempo para você. Basta saber quais são as necessidades dos gatos e as possibilidades culinárias envolvidas para que seu bichano receba a melhor nutrição possível.

Parte 1
Compreendendo as necessidades nutritivas dos gatos

  1. 1
    Familiarize-se com as necessidades dietéticas dos gatos. Por elas serem muito diferentes das necessidades dos humanos, é necessário um cuidado e um planejamento na hora de alimentar os bichanos. Os gatos precisam de uma dieta rica em proteínas e gorduras.[2]
    • Cerca de 85% da dieta dos gatos deve ser composta por carnes, gorduras, miudezas e ossos. Os outros 15% são compostos por ervas e ervas.[3]
  2. 2
    Identifique todas as partes de uma dieta felina saudável. Uma dieta saudável para um gato deve incluir:[4] água limpa (facilmente acessível e disponível 24 horas por dia), proteína (muitos gatos não comem comidas que contenham menos de 20% de proteína), gordura (os gatos comem gordura para gerar energia, formar os ácidos-graxos essenciais, absorver vitaminas e pelo gosto), vitamina A (os gatos precisam de doses consideráveis dessa vitamina, que pode ser encontrada em fígado, ovos e leite, mas esses ingredientes devem ser utilizados com cautela), vitamina B (caso o gato apresente sinais de deficiência de vitamina B, como perda de apetite ou febres, ele comerá até mesmo levedura de cerveja de boa vontade), vitamina E (importante para partir as gorduras não saturadas na dieta do gato) e cálcio (importante na formação e manutenção dos ossos do animal).
    • A taurina é um aminoácido essencial na dieta dos gatos disponível em quantidades suficientes nas comidas para gatos industrializadas (tanto as secas quanto as úmidas). O gato pode sofrer deficiência do nutriente ao ser alimentado com refeições caseiras ou vegetarianas, causando degeneração retinal (cegueira irreversível) e problemas cardíacos, o que torna essencial a adição do nutriente na dieta do gato.
  3. 3
    Pense bem sobre quando e como alimentar o gato. Dependendo da idade, o gato pode precisar de alimentos ou horários específicos para suprir suas necessidades nutritivas. Por mais que a maioria dos gatos seja capaz de regular o consumo de comida por conta própria, em alguns casos é necessário fazer isso por eles.
    • Os filhotes precisam comer de três a quatro vezes ao dia entre as seis semanas e os três meses de vida. Reduza as refeições para duas quando o gato alcançar seis meses de idade.
    • Os gatos adultos podem comer quando quiserem durante o dia. Se isso não for possível, dê um jeito de alimentar o gato várias vezes ao dia.
    • Se você possui muitos gatos com dietas diferentes, é preciso organizar um sistema de alimentação que evite que eles comam as comidas uns dos outros.
  4. 4
    Ignore sua dieta pessoal ao planejar a alimentação do gato. Os gatos não podem viver (ou sobreviver) com uma dieta vegetariana.[5][6] Por mais que haja um debate intenso e passional sobre o assunto, é importante colocar as necessidades naturais do gato em primeiro plano.
    • Apesar de existirem suplementos específicos que donos vegetarianos dão aos gatos, como é o caso da taurina, e diversas sugestões de dietas vegetarianas para gatos, manter uma alimentação estritamente vegetariana pode causar cegueira e problemas cardíacos no animal. Além de ser um trabalho dobrado, servir uma dieta dessas para seu gato pode encurtar a vida dele e causar doenças caso você inclua altos níveis de carboidratos não saudáveis na alimentação do animal.
  5. 5
    Esteja ciente de que cozinhar as comidas de seu gato requer pesquisas e é um processo que deve ser feito sob aconselhamento veterinário. Uma dieta completamente caseira precisa ser equilibrada para garantir que o animal receba todos os nutrientes de que precisa. Esse processo não é recomendado, a menos que você tenha pesquisado extensivamente as necessidades do gato e tenha levantado o assunto com um veterinário.
  6. 6
    Lembre-se de que os gatos podem ficar viciados em um modo de comer. Caso ainda não tenha percebido isso, trocar a dieta de um gato pode ser um processo frustrante. Não fique surpreso caso seus esforços culinários sejam completamente rejeitados! Tente novamente até conquistar a atenção do animal e remova a comida com a qual ele já está acostumado antes de servir a nova comida para dar um incentivo para que ele a experimente.
    • Tente adicionar gradualmente a comida caseira nas refeições do gato. Desse modo, ele ficará acostumado com as novas texturas e cheiros da dieta caseira.
    • Não deixe a comida por muito tempo na tigela. Se o gato não comê-la em uma hora, descarte-a e tente novamente mais tarde.
  7. 7
    Evite servir alimentos tóxicos para gatos. O fato de algumas comidas serem saudáveis para humanos não significa que também são para os gatos. Não sirva cebola, alho, cebolinha, uva, uva passa, chocolate (mesmo o branco), açúcar, massas fermentadas e temperos como noz-moscada, fermento em pó e bicarbonato de sódio.[7]
    • Evite também o álcool (ele possui o mesmo efeito dos humanos, mas age com mais velocidade – 2 colheres de chá de uísque podem deixar um gato de 2 kg em coma), a ração de cachorro (os cães precisam de nutrientes completamente diferentes dos gatos), os doces (caso sejam adoçados com xilitol, o gato pode sofrer uma falha hepática), a cafeína (o café, os chás e outros produtos cafeinados, como os energéticos e os analgésicos, podem matar um gato) e os medicamentos para humanos (o acetaminofeno e o ibuprofeno podem ser letais para gatos).[8]
  8. 8
    Limite os alimentos não tóxicos que podem fazer mal em grandes quantidades. Os gatos precisam de uma dieta correta, mas isso não significa que eles precisam de grandes quantidades de todos os nutrientes.
    • Limite o consumo de ossos e aparas de gordura. Não sirva ossos e gordura cozidos para evitar a pancreatite no bichano.[9]
    • Cozinhe os ovos antes de servi-los por conta da salmonela. Se deseja servir um ovo cru, sirva apenas a gema, pois a clara crua não pode ser digerida pelos gatos. Por mais que os bichanos sejam menos suscetíveis à salmonela se comparados aos humanos (acredita-se que os gatos adultos, com exceção das gatas prenhas, sejam imunes), eles podem agir como transmissores da doença, passando-a para humanos.[10]
    • Congele as carnes cruas antes de servi-las, a menos que tenha certeza de que se trata de um produto saudável.
    • Sirva fígado para o gato no máximo duas vezes por semana.
    • Caso seja servido em excesso, o atum pode viciar o gato e causar deficiência de tiamina. O excesso de qualquer tipo de peixe pode causar essa deficiência na alimentação do gato.
    • O leite e os laticínios podem incomodar os gatos, causando indigestão e coceiras. Consulte um veterinário caso deseje continuar alimentando o animal com esses produtos, pois as opiniões divergem acerca do assunto.
  9. 9
    Seja cauteloso antes de cozinhar para o gato permanentemente. A menos que tenha certeza de que encontrou o equilíbrio nutricional, servir alimentos caseiros para o gato pode causar deficiências e prejudicar o animal. Muitos veterinários não recomendam essa opção, pois sabem que, com as correrias do dia a dia, os donos podem acabar não seguindo à risca o planejamento, prejudicando a alimentação do gato.[11] Além disso, muitos donos não tem conhecimento suficiente sobre as necessidades nutricionais dos gatos e podem não se atentar tanto à alimentação do animal devido às preocupações do dia a dia.[12]
    • Se você tem vontade de cozinhar para seu gato em período integral, sem problemas, mas lembre-se de que você precisará pesquisar muito (com resultados muitas vezes conflitantes) e se adequar às opções disponíveis em sua região.
    • Leve seu estilo de vida em consideração. Se você viaja com frequência e precisa que outras pessoas alimentem seus gatos, como você garantirá que a dieta do gato será adequada? Se costuma trabalhar até tarde, você está preparado para perder um bom tempo do fim de semana preparando as refeições do gato da semana?
    • Lembre-se também da necessidade de alimentos crus na dieta do gato – se você cozinhar tudo, como o felino receberá a nutrição proveniente dos alimentos crus ou dos alimentos industrializados fortificados?

Parte 2
Criando sua própria comida de gato

  1. 1
    Crie receitas próprias ou encontre receitas prontas. Após entender o básico da alimentação felina, você estará pronto para cozinhar para seus gatos. As ideias abaixo são sugeridas apenas como variedade e não representam um plano nutricional. É importante realizar pesquisas para elaborar uma dieta adequada para seu gato que tenha a aprovação de um veterinário caso deseje substituir as comidas industrializadas por refeições caseiras permanentemente.
    • É possível que seu gato não goste de comidas caseiras, mas você descobrirá isso logo!
    • Converse com um veterinário em caso de dúvidas ou preocupações, principalmente se o gato estiver em fase de crescimento, tiver alguma condição médica, for gestante ou aparentar indigestão.
  2. 2
    Encontre, ou crie, uma receita equilibrada. Errar no preparo ou escolher uma receita que não possua algum nutriente essencial pode causar problemas de saúde no animal. Assim como os humanos e outros animais, é preciso encontrar um equilíbrio saudável na alimentação dos gatos. Mesmo os nutrientes essenciais, se ingeridos em excesso, podem afetar negativamente a saúde do animal.
    • Como esse equilíbrio é tão importante, peça que um especialista em saúde felina ou um veterinário analise a receita, mesmo que ela tenha sido formulada por outra pessoa.
  3. 3
    Comece com a proteína. Você pode comprar coxas de frango sem hormônio e antibióticos de uma fonte respeitável e servi-las para o gato. Também é possível servir fígado de galinha, peru e gemas de ovos, entre outras opções.
    • Cozinhe a fonte de proteína ou sirva-a crua. Por exemplo, você pode cozinhar a parte de fora das coxas de frango e deixar a parte interna levemente crua. Retire as coxas da água quente e coloque-as em água fria imediatamente. Separe um pouco da carne do osso e corte-a em pedaços menores com uma faca.
  4. 4
    Moa a proteína animal para torná-la mais fácil de comer. Coloque ossos carnudos em um moedor de carne com uma placa de moagem com buracos de 4 mm. Acrescente 115 gramas de fígado de galinha para cada 1,5 kg de carne de frango crua que moer. Acrescente 2 ovos cozidos para cada 1,5 kg de carne de frango que moer. Misture tudo em uma tigela e refrigere.
    • Utilize um processador de alimentos se não possuir um moedor de carne. A limpeza será difícil e a eficiência será menor, mas você será capaz de dividir a proteína em pedaços pequenos e digeríveis.
  5. 5
    Acrescente os outros ingredientes. Em uma tigela separada, para cada 1,5 kg de carne, acrescente 1 xícara de água, 270 mg de vitamina E, 50 mg de complexo vitamínico-b, 2000 mg de taurina, 2000 mg de óleo de salmão e 3/4 de colher de chá de sal light (com iodo). Misture bem todos os ingredientes.
    • Acrescente a mistura de suplementos à mistura de frango e mexa bem.
  6. 6
    Lembre-se dos outros alimentos que também contêm nutrientes importantes. Por mais que os itens abaixo não devam formar a maior parte das refeições do gato – e não devam estar presentes nem mesmo em todas refeições –, eles podem acrescentar alguns nutrientes na alimentação dele.
    • Misture um pouco de arroz cozido no vapor com salmão picado e água. Coloque a sopa diretamente na tigela de comida do gato.
    • Pique alguns vegetais e adicione-os às refeições (os tipos dos vegetais dependem de você).
    • Acrescente aveia nas comidas. Ferva 8 xícaras de água e acrescente aveia, seguindo as instruções da embalagem para descobrir a quantidade necessária para a proporção de água. Apague o fogo e cubra a panela, deixando a aveia de molho na água por dez minutos para amolecê-la.
    • Outras sugestões incluem: petiscos de atum, receitas com grãos integrais e receitas cruas com aveia.
  7. 7
    Separe a comida em pequenas porções e congele. Os gatos comem, em média, algo entre 115 g e 170 g de comida por dia. Mantenha as refeições no congelador até a noite anterior do dia em que deseja servi-las. Transfira-as para o refrigerador para que descongelem até o dia seguinte.

Dicas

  • Limpe as tigelas de comidas dos gatos com frequência. Recipientes sujos podem abrigar bactérias e germes, além de serem desagradáveis para os gatos.
  • Decida se servirá alimentos crus ou não. Existem evidências contra e a favor de dietas que incluem alimentos crus e, por mais que muitas pessoas aleguem que as carnes servidas devem ser cozidas, é importante lembrar que a carne crua é a dieta natural dos gatos.[13] Infelizmente, o grande potencial de transmissão de parasitas nas carnes cruas faz com que muitas pessoas não as sirvam, principalmente pela incapacidade de garantir que a carne tenha boa procedência e esteja limpa. Muitos elementos benéficos para os gatos, como os aminoácidos, são destruídos pelo processo de cozimento, tornando os alimentos menos saudáveis.[14]

Avisos

  • Os gatos são incapazes de digerir a lactose. Por conta disso, o consumo de leite pode causar diarreia nos bichanos. Apesar disso, alguns gatos podem consumi-lo sem problemas, afinal, trata-se de uma fonte de cálcio que pode ser útil. Ainda assim, discuta o assunto com seu veterinário antes.
  • Conforme novas pesquisas veterinárias são divulgadas, mais informações sobre a alimentação dos animais de estimação surgem, portanto, continue estudando o assunto sempre.

Fontes e Citações

  1. http://healthypets.mercola.com/sites/healthypets/archive/2012/03/16/protein-in-real-meat-are-better-for-cats.aspx
  2. Dr Julie Summerfield, Cat Talk: With Scooter, p. 118, (2004), ISBN1-876624-81-7
  3. Dr Clare Middle, Real Food for Dogs and Cats, p. 116, (2008), ISBN 978-1-92136135-7
Exibir mais... (11)